domingo, 6 de dezembro de 2009

sentia seu punhal na minha pele
sabia que não seria o ultimo a me apunhalar
sabia que não ia ser fraco
e sabia que não poderia evitar

ele sabia como me fazer mal
gostava mais quando não sabia disso usar
sabia me arrancar sorrisos
ao invés de me fazer chorar

hoje essa dor foi o que restou
e com ela trouxe o que mais me assusta
tantas memórias se ausenta por instantes
e me faz esquecer do que eu mais me orgulhava

sabia que poderia colocar os pés no chão
só não sabia que junto com eles
estaria estregando meu coração
e eu sei que com tudo isso
sentiria aquele gelado me deixando sem ar

eu estava começando a me acostumar com esse frio
estava passando a gostar
ainda mais, estava começando a procurar
tudo que me fizesse sentir aquela mesma sensação

mas percebi que ainda estava de pés no chão
me calcei, me levantei
vi o tanto de cacos que ali dexei
o tanto de pedaços que consegui me fazer
não conseguiria, não poderia limpar

não sem você.

Um comentário:

Guilherme S. Zanella disse...

Gosto de repetições. Que emocionante, amiga, nooossa. Gosto de ver como tu envolve a pessoa que lê nesse fluxo narrativo introspectivo. Me senti invadindo a mente da pessoa "em cacos" e no fim tu se sente mal, porque nem pediu licença D: hahaha. Foi bem essa a sensação. De saber algo que talvez seja íntimo demais. Muito lecal meeeesmo :B